Hoje é o último dia do 16º Okinawa Festival em São Paulo, um evento da comunidade okinawana que digamos que é um povo diferente do Japão! No Brasil existe a maior comunidade okinawana fora de Okinawa e, devido a isso, possui sua própria festividade! Confira só um pouco mais sobre Okinawa e sobre o Festival!

As tradicionais dançarinas com tradicionais Kimonos e chapéus de flores

Okinawa é um conjunto de mais de 160 ilhas muito mais além do sul do Japão. Foi "colonizado" pelos japoneses devido a sua localização geográfica ser considerada estratégica para a ilha japonesa (militarmente falando). Naquela época os habitantes de Okinawa era um povo totalmente independente e único, o Reino de Ryukyu, que possuía seus próprios governantes, sua religião (que adorava Deusas), própria língua, própria cultura e todo o resto.

Toda esta identificação própria foi proibida de ser manifestada e aos poucos foi minguando, sobretudo quando Okinawa foi definitivamente anexada pelo Japão Imperial no século XIX e depois quando foi ocupada pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Okinawa só foi reintegrada ao Japão em 1972 e de lá para cá, com menos intolerância, vem buscando reunir as características únicas que fazem de Okinawa o que costumava ser antigamente.

Dança da boa colheita (Ryukyu Buyo)

O mais interessante é que em Okinawa, há um esforço gigante em se manter a língua okinawana e cultura vivas, porém, o nihongô (japonês) já está muito enraizado, porém, aqui no Brasil, a comunidade okinawana é quem preserva mais ativamente a língua viva devido a seus descendentes que migraram por aqui. Os que ficaram em Okinawa sofriam castigos ao falarem o okinawano e aqui no Brasil, não. Provavelmente as comunidades que vivem em Hawaii e Los Angeles nos Estados Unidos também mantém vivas as tradições!

O Karatê

Acredita-se que o Karatê surgiu em Okinawa justamente na época em que foi "colonizado", ou seja, no século XVI. Como forma de defesa, a arte marcial possui influências de técnicas chinesas, já que o Reino de Ryukyu possuía muito intercâmbio com este país de cunho comercial.

O 16º Okinawa Festival em São Paulo tenta mostrar quase tudo o que Okinawa possui de cultura e o "Eisa" não poderia ficar de fora! Eisa é uma forma de dança folclórica com percussão e cantos. Comumente realizada por jovens de cada comunidade durante o Festival Bon para homenagear os espíritos de seus ancestrais. Obviamente possui diferenças da dança original, mas é lindo ver as roupas diferentes e coloridas, ouvir o som dos instrumentos e das vozes e as coreografias. Acredita-se que a origem desta dança é religiosa, da época em que Okinawa foi colonizada.

E lógico, o festival conta com muitas barracas de artesanato, outras com fotos históricas dos imigrantes e muitas barracas de comida e iguarias, porém, notei uma mistureba generalizada de comida, o que me decepcionou um pouco, já que o festival se esforça tanto para difundir a cultura Okinawana, acho que a comida típica deixou a desejar. São poucas barracas com algo mais okinawano e com muita comida mais "comercial" para brasileiro ver, ou seja, muito tempurá e yakissoba. Tem até barracas de cervejas, comida alemã, crepe holandês... enfim...

Uma das coisas que mais gostei e que mais lembra Okinawa foi na barraca do gohan com castanha (tipo portuguesa), uma delícia! Também fomos na barraca da Yuko, que ficou famosa com sua participação no Masterchef. Ela levou chás Kikkacha muito bom e bolinhos de batata doce com inhame criados por ela.

O evento é lotado e a entrada é gratuita, mas pede-se para levar 1 kg de alimento não perecível para doação a instituições de caridade! Não há estacionamento no local e o melhor jeito para ir é de taxi, UBER ou metrô + ônibus (Estação Carrão + ônibus Jd. Sta. Terezinha)

Endereço: Praça Haroldo Daltro, 297
Vai até hoje, às 20h

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