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DIÁRIO DE BORDO: Viagem à Yantai e Pequim na China
Postado por Estela T em 14/11/2017 Editado em 31/03/2019
Summer Palace, China

Erika Chou no “Summer Palace” e o barco da travessia

O Itinerário de Viagem trouxe esta entrevista com a Erika Chou e o destino que ela nos detalha é sobre Yantai e Pequim na China. Cidades ainda não exploradas por nós, mas que com certeza, depois desta entrevista a vontade cresceu ainda mais! Mas por enquanto, vamos aprender e nos apaixonar pela China com a Erika!

Um pouco mais sobre Erika Chou

“Eu nasci em São Paulo e sou descendente de Chineses. Tenho 39 anos, formada em Administração de Empresas pela FAAP e pós graduada em Marketing de Serviços na ESPM. Trabalhei por mais de 15 anos no mercado segurador e hoje trabalho como voluntária no Instituto Brasil a Gosto que promove a culinária brasileira. Adoro viajar, mas odeio as viagens “pinga-pinga”, então gosto de ficar no mínimo de 4 dias em cada cidade que eu vou, por exemplo, quando fui para Paris, passei 15 dias na cidade e aproveitei para viver um pouco a vida local, ir ao cinema e sair com calma para andar na rua e ir ao supermercado (adoro mercados!!!)”.

“Viajei para Yantai em Maio de 2017 a trabalho, para participar de um congresso e receber um prêmio pelo instituto que trabalho. Desta forma, aproveitei para passear pouco incluindo Pequim. Fiquei apenas 10 dias, então foi bem corrido. Como a minha descendência é chinesa, eu já havia ido para Taiwan, mas a China era um sonho e ainda quero voltar diversas vezes. Tenho vontade de passar uma temporada mais longa. Como o Congresso foi realizado na cidade de Yantai, escolhi mais uma cidade que eu gostaria de visitar e Pequim ficava a 1,5 hora de avião, além disso, Pequim era a cidade de escala para chegar onde seria realizada a entrega do prêmio do “Gourmand International Cookbook Award“, um evento que contava com pessoas do mundo todo.
China, prêmio do melhor livro da América Latina pelo Instituto Brasil a Gosto

Recebendo o prêmio do melhor livro da América Latina pelo Instituto Brasil a Gosto

Para ir para a China é necessário tirar o visto de turista que custa por volta de R$190,00, porém eu paguei um despachante já que a minha primeira tentativa me fora negado o visto. Como estava indo a trabalho, eu precisava de uma carta oficial com um carimbo vermelho enviado pela empresa na China que vai ia me receber. Optei pelo despachante porque eu não tinha muito tempo e como este já conhece todos os trâmites, no final, acabei pagando R$400,00. O visto, com tudo certo, sai em 1 semana. Caso queiram tentar sozinhos não precisa de agendamento, é só pegar a fila do Consulado que fica na Rua Estados Unidos (que achei bem controverso… rs).

Como os demais países da Ásia, é necessário a vacina de febre amarela que eu já tinha tomado por ter ido para Tailândia e Singapura no ano anterior.
Lá na China o Facebook, Intagram ou Google são todos bloqueados (dá um desespero!), então, antes de ir baixe o VPN Mestre (VPN Master) que você consegue acesso sem problemas. Eu baixei lá, mas porque eu tinha Apple Store.

Outra coisa também é que eles dificilmente aceitam cartão de crédito. Eles têm uma marca de cartão próprio (como tudo na China), então leve bastante dinheiro, pois muitos poucos estabelecimentos aceitam Visa ou MasterCard. Fiquei num hotel de bandeira local e tive que pagar com dinheiro.  Então, minha dica é: leve dólares e troque logo no aeroporto mesmo… é mais caro, mas evita que você tenha que procurar algum lugar para trocar pela moeda local, além do mais, poucos chineses falam inglês (mesmo nos hotéis internacionais). Outra dica, em caso de necessidade, é sacar dinheiro no cartão de crédito nas máquinas ATM que você encontra normalmente nos Shoppings.
Eu não gastei muito nos dias que fiquei lá, pois aprendi a usar o metrô. Escolha um hotel perto do Centro, pois Pequim é realmente muito grande, então de táxi para qualquer lugar vai gastar em média RMB 100 a 150, enquanto o metrô é por volta de RMB 3. Do aeroporto tem um trem que interliga com o metrô que custa RMB 20 e é super bom e prático, mas isso só é viável caso você tenha apenas uma mala que não seja muito grande, pois a maior parte das estações não tem escada rolante e ninguém te ajuda a carregar as malas.
Nota:
A moeda chinesa chama-se “Yuan Renminbi” e seu símbolo é ¥
Na cotação da Yuan Renminbi em Novembro/2017 temos: ¥100 =~R$50,00
Chegando em Pequim tentei comprar um chip para internet no Aeroporto, mas as máquinas são em Chinês (eu falo, mas não sei ler) com muuuuuuuuuuuuuuuitas opções e acabei desistindo… rs. Como fiquei sem internet, eu planejava meu itinerário do dia e procurava no Google Maps como eu tinha de fazer para ir e voltar e tirava o print das telas (perguntar para os chineses em inglês, como eu disse, não é uma opção!).

O avanço Chinês

Yantai, China

Os impressionantes prédios de Yantai que ainda estão vazios!

Eles realmente vão dominar o mundo… eles estão construindo condomínios com a média de 10 prédios em cidades como Yantai que é considerada pequena (4 milhões de habitantes). Os prédios ainda estão totalmente vazios e eles esperam que a cidade seja reconhecida mundialmente como produtora de vinhos e alta gastronomia. Em um pouco mais de um ano construíram muita coisa, inclusive o Hilton Hotel onde me hospedei e que é incrível, super limpo e com um preço super bom para um hotel daquela categoria.

Só teve um coisa que eu achei ruim, um dia queria tomar sol e fui procurar a piscina, porém, só havia piscina coberta. Asiáticos em geral não são adeptos de tomar banho de sol, pois gostam de ter a pele bem branquinha que é símbolo de riqueza (já que as pessoas que trabalham na agricultura possuem a pele mais morena). Tentei ir à praia, mas tomar sol lá também não foi uma opção… rs. Estavam todos de roupa e eu não quis ser a única de biquíni, ainda mais um biquíni brasileiro – ia “causar” um pouco.

Em Yantai eu basicamente fiquei no espaço de eventos do Congresso e que acabei descobrindo que aquele espaço eles utilizam muito para casamentos. Isso é uma coisa interessante. Em 4 dias eu vi uns 9 casais tirando fotos nas ruas para fazer os books de casamento.

Yantai, China

Parte velha dos becos no centro de Yantai com a modernidade ao fundo

No último dia que tivemos um tempo livre no Congresso eu fui passear no Centro de Yantai onde pude ver uma parte mais antiga de como era a China e com seus diversos becos. Nos perdemos lá, mas uma menina nos ajudou a sair e pegar um táxi.

Eles parecem um povo muito feliz. Você vê muita gente rindo e sorrindo na rua. Eles também fazem muitos exercícios e danças em praças ou mesmo na rua e você vê muita gente da terceira idade praticando esportes e fazendo atividades. 

Em Yantai, paramos para tirar foto com um grupo de militares e foi a coisa mais engraçada, eles nos ofereceram cerveja, cantaram músicas e dei muita risada… nunca imaginaria isso acontecer na China (e em lugar nenhum)!

Apesar da poluição, peguei dias lindos de céu azul, pois estão fazendo muitas ações para reduzir a poluição e plantando árvores. Pequim está super arborizado.

Eu achava que Pequim era super populosa, mas é bem melhor do que parece (achei mais tranquilo do que andar em São Paulo e o trânsito também é bem sossegado). A cidade possui cerca de 24 milhões de habitantes, e como ela é enorme, para me locomover a vários lugares de metrô levava cerca de uma hora.

Eles incentivam muito a população a usarem o transporte público e bicicletas, mas apesar de o trânsito não ser tão intenso, é um caos, eles não respeitam farol vermelho e ao mesmo tempo surgem as bicicletas, lambretas e tuk tuk de todos os lados, inclusive na faixa de pedestre e na calçada. Não se assuste se você estiver na calçada e uma moto buzinar para você… rsrsrs – é super normal.

Nas lojas de rua, não esqueça de negociar! Você pode negociar preços absurdos, por exemplo, se algo custa 100, ofereça 30. E se você virar as costas e ir embora é capaz de te oferecerem por RMB 25. Táxi é a mesma coisa… nos horários de “rush” eles aumentam absurdamente o preço. Não aceite, peça para usar o taxímetro ou vá de metrô, pois mesmo eu falando chinês com eles, não tive muita sorte na negociação com os taxistas que insistem em cobrar mais por causa do “trânsito”.

Comida para mim não foi tão complexo, pois eu falava mandarim e sou descendente, então estou mais acostumada com a comida… brinco também que sendo chinesa eu consigo comer de tudo, mas conheci muita gente que teve problema, pois, como eu já disse, poucos falam inglês. Apesar disso são muito atenciosos e querem ajudar. Eu amo comida asiática e principalmente os won-tons (que são tipo uns pastéiszinhos de massa de arroz, porém com sopa, ou ao vapor ou frita).

Fui no famoso restaurante do “pato laqueado” de Pequim que tem mais de 100 anos que se chama Quanjude Roast Duck Restaurant, porém o pato não é o mais gostoso que comi na vida e é bem caro! Não achei que valia a pena, era bem oleoso e os complementos que normalmente vem juntos eram todos separados, fazendo com que a visita ficasse ainda mais cara…

Falando em comida oleosa, os chineses são magros, mas as comidas são bem oleosas e a comida não é tão barata quanto eu imaginava. Um dia fui no KFC e gastei por volta de R$ 30,00.

Forbbiden City e a Muralha da China

Tudo em Pequim é gigantesco. Começando pelo aeroporto e todas as atrações turísticas, então, ou você tem muita disposição para andar ou você deve fazer menos passeios por dia. Andei em média 25.000 passos por dia! Fora a Muralha da China que ainda tem que subir um zilhão de degraus. Você sai de lá com a panturrilha durinha!

Para ir para a muralha, entrei no Tripadvisor e escolhi um pacote que paguei USD 39,00 e valeu super a pena, pois todos os tickets estavam inclusos exceto o teleférico ou bondinho para a Muralha que é mais RMB 120 (levem em dinheiro – não se esqueçam!). A agência busca as pessoas que estão nos hotéis próximos ao Centro e o guia liga um dia antes para combinar mais ou menos o horário que vão passar.

Muralha da China

Muralha da China

Muralha da China

No pé da foto há o detalhe das pessoas descendo de tobogã

Dentro do passeio estava incluso a visitação para a Tiananmen Square onde há a famosa foto do Mao Tsé Tung. A agência que opera este passeio me buscou por volta das 07h40 e de lá pegamos mais um grupo. É na Tiananmen Square  onde fica a entrada para a Cidade Proibida (Forbidden City), chegamos cedo e tivemos que andar meio rápido, pois a cada momento o lugar ia enchendo cada vez mais…

A Cidade Proibida, China

A Cidade Proibida

Caso não queiram ir com o guia, cheguem cedo, pois todo mundo que eu não via na rua (que eu achava tranquilo) eu vi dentro da Cidade Proibida!!! O guia falou que por dia passam 20.000 pessoas por lá.
Tiananmen Square, China

Tiananmen Square

Cidade Proibida, China

A cidade Proibida

Com a foto de Mao Tsé Tung

A Cidade Proibida possui diversos prédios iguais onde morava o imperador com suas diversas mulheres. São 980 construções.

As telhas dos telhados eram amarelas porque esta era a cor oficial da família real e a população não era permitida utilizar tal cor.

Dentro da Cidade Proibida não há árvores para que os inimigos não pudessem se esconder!

Porém, hoje, em uma parte lateral é possível encontrar uma parte bem arborizada e com pedras interessantes!

Na foto ao abaixo, estou de frente a uma árvore peculiar onde há uma superstição de que, se você passar a mão nela, terá sorte!

Terminando esta visitação, passamos numa fábrica de jade, que não foi lá muito interessante, e depois fomos almoçar no pé da montanha onde fica a Muralha da China e o almoço estava incluso. Gostei bastante da comida, era chinesa bem tradicional – não se enganem muito, pois os pratos mais famosos aqui são americanizados.

Depois do almoço, partimos para a Muralha e a parte que visitamos fica em Mutianyu que é mais ou menos a 90 km de Pequim. Há uma outra parte que é mais próxima da cidade que fica em Badaling, mas é bem mais cheia (apesar que eu desconfio que essa parte tenha menos escadas, pois lá em Mutianyu foi osso!).
Para chegar na Muralha há duas opções: ou de bondinho ou de teleférico. Porém, subindo de teleférico você pode voltar descendo de tobogã que desce no meio da natureza e foi bem divertido, mas nada perigoso como o guia falou, pois o carrinho não vai tão rápido e tem muitos monitores no caminho pedindo que você diminua a velocidade.
Cidade Proibida, China

O lado arborizado

Cidade Proibida, China

A “árvore da sorte”

Na volta teve mais uma parada não muito interessante, em um tipo de fábrica de chá, que aliás, eram caríssimos, em média RMB 100 (por volta de R$ 50,00).

Beijing Zoo e os bairros: Wangfujing, Shunyi District e Nanlouoguxiang Alley

Wangfujing, China

Uma das entradas da feirinha de Wangfujing

Outra atração gigante que fui é o Beijing Zoo. Lá tem que prestar atenção, pois para entrar no Zoológico custa RMB15 e se você quiser ver os Pandas tem que pagar RMB19, lógico, paguei 19, pois sou apaixonada por Pandas e era meu sonho vê-los. Aliás, era meu único objetivo, mas saí um pouco deprimida com algumas situações de outros animais, pois estavam muito maltratados e em lugares muito pequenos.

Outra coisa que aconteceu é que o lugar é enorme mesmo. Eu errei na saída que estava procurando e só por isso tive que andar 1,5km a mais. Na minha opinião, não é um passeio que vale muito a pena… só valeu pelos Pandas e ainda assim é lotado de gente!

Tem um bairro muito legal que é Wangfujing onde tem um Shopping que tem todas as marcas famosas, mas ao contrário do que pensei, a China não é um lugar muito barato para compras e nas lojas mais famosas não tem como negociar como se faz nas lojinhas de rua.

Nesse bairro também fica a feira que vende escorpiões, grilos, centopeias e outros insetos fritos para comer. Essa é uma coisa bem para turista, pois o povo de lá mesmo não come. São nojentos, fui disposta, mas quando cheguei eu perdi a coragem. Nessa feirinha vende mais um monte de comida que não são caras, mas as que eu comi não achei que tinham um sabor muito bom e tinha muita coisa gordurosa. Outra coisa é que não dão guardanapo, então é legal levar uns lencinhos no bolso que ajudam também no caso de ir a um banheiro sem papel.

Um outro passeio para fazer que adorei foi ir no Shunyi District que tem uns bares bem bacanas em volta do lago. Cheguei até que cedo então aproveitei o pôr do sol, mas os bares estavam bem vazios ainda. Depois fui no Nanlouoguxiang Alley que tem diversas lojas para compras e muitas coisas boas para comer. Adorei o passeio, estava uma noite bem agradável, então tinha muita gente passeando e com muitas coisas legais de lojas locais para comprar.

Wangfujing, China
Wangfujing, China
Wangfujing, China

Essa viagem me deu ainda mais vontade de ir morar na Ásia. No ano passado eu havia ido para Tailândia e Singapura e você consegue sentir a receptividade e a alegria das pessoas. Eu já tento viver uma vida simples e indo para a China eu vi como as pessoas parecem viver de uma forma simples, e com muita gente que se encontra nas ruas para fazer um exercício e dançar e sentir a alegria das pessoas.

Todas as fotos são de autoria do Christian e cedidas para uso exclusivo do Itinerário de Viagem (bem como o texto/entrevista). Direitos reservados, por favor, respeite!
ATENÇÃO: Algumas informações descritas no blog podem mudar, como por exemplo, preços, horários de funcionamento e até mesmo endereços. Consulte sempre antes de ir! Não possuímos vínculos com as empresas, serviços e profissionais mencionados neste blog ?

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